Thursday, 21 November 2002

SAO PAULO S.A. SITUACAO 1 IN SAO PAULO

São Paulo S.A.
Situação # 1 COPAN
23 a 27 de novembro de 2002 - São Paulo - Brasil

Curadoria
Catherine David
Coletivo Resistência/Criação
Peter Pál Pelbart, Suely Rolnik, Denise Sant’Anna

Coordenação Geral
EXO – Experimental org.
Ligia Nobre, Cécile Zoonens

Pesquisa Urbana: Kazuo Nakano

Informações e inscrições: tel. 11- 9294 4876 exorg@uol.com.br

Sábado, 23 Novembro
Cinemateca
10:00 São Paulo, sinfonia da metrópole - 1929, Rodolfo Lustig e Adalberto Kemeny
11:30 Disaster movie - 1979, Wilson Barros
12:30 Conversa com Jean Claude Bernardet

Segunda, 25 Novembro
COPAN
15:00 Introdução: Catherine David
15:30 São Paulo, cidade enunciada : Ligia Nobre, Kazuo Nakano, Sophia da Silva Telles, Denise Xavier
18:00 Estética da resistência: Pablo Leon de la Barra
19:00 Plano COPAN: olho sp
20:00 A modern vernacular: Tony Chakar e Naji Assi

Terça, 26 Novembro
COPAN
15:00 Práticas estéticas contemporâneas: Catherine David e Christophe Wavelet
17:00 T.A.M.A. - Temporary Autonomous Museum for All: Maria Papadimitriou
18:00 Uma vez e outra, o outro também: Mauricio Dias e Walter Riedweg
19:00 ERRATA: Alejandra Riera

Quarta, 27 Novembro
Biblioteca Mário de Andrade
18:00 Resistência e Criação no contexto contemporâneo
Coletivo R/C: Suely Rolnik, Peter Pal Pelbart, Denise Sant’Anna
Ressonâncias
Catherine David, Christophe Wavelet, Maurizio Lazzarato e os autores
associados à São Paulo S.A.

COPAN
22:00 Encerramento: Coquetel-obra de Débora Bolsoni

A partir de um levantamento das práticas estéticas, criadas com a confluência de diversas disciplinas e experiências urbanas e sociais, São Paulo S.A. propõe uma série de situações, com o objetivo de problematizar São Paulo e legitimar uma latência de energias novas. A complexidade das situações culturais emergentes nas grandes metrópoles não-ocidentais e/ou não-européias corresponde a um conjunto de fenômenos que, recontextualizados e reativados por um dispositivo em rede, permite uma outra legibilidade da dimensão urbana.

A concepção, identificação e produção das atividades e eventos são geradas a partir do Edifício COPAN, construído pelo Arquiteto Oscar Niemeyer no início dos anos 50 e obra-símbolo do centro da cidade. A escolha deste edifício como sede de agenciamento das produções culturais e as várias articulações de seus espaços como base de ações, corresponde a diferentes diretrizes: uma configuração simbólica em diálogo estreito, flexível e permanente com a cidade; um dispositivo de recepção e montagem progressiva dos elementos da cidade e suas representações (através de reuniões, oficinas, apresentação de trabalhos, intervenções transdisciplinares); e uma concepção de novos formatos de produção, apresentação e difusão que pressupõem o agenciamento estreito e maleável das diversas atividades.

São Paulo S.A. inclui encontros, seminários, apresentações de trabalhos de diferentes autores (artistas, arquitetos, escritores e poetas), performances, inserções na cidade e publicações. Situação #1 COPAN é organizado como um dispositivo discursivo no qual as reflexões e o trabalho sobre o espaço urbano alimentam um campo de debate crítico associando vozes de diferentes horizontes (políticos, estéticos, filosóficos e urbanos) articulando interesses locais e uma dinâmica de conjunto. Paralelamente uma programação de filmes proposta e comentada por Jean-Claude Bernardet, crítico de cinema, é apresentada em colaboração com a Cinemateca de São Paulo. Oficinas, percursos urbanos e entrevistas são igualmente propostos no transcorrer desta primeira aparição de São Paulo S.A.. Em novembro de 2002, foram convidados: Alejandra Riera (Argentina, França), Maria Papadimitriou (Grécia), Pablo Leon de la Barra (México), Christophe Wavelet (França), Maurizio Lazzarato (Itália, França), Mauricio Dias e Walter Riedweg (Brasil, Suíça), Sophia da Silva Telles (Brasil), Denise Xavier (Brasil), Jean Claude Bernardet (França, Brasil), Denise Xavier (Brasil), projeto olho sp (Brasil).

Co-realização:
Ministério da Cultura da França - DAP; Consulado Geral da França em São Paulo;
AFAA - Associação Francesa de Ação Artística; Edifício COPAN; FNAC Brasil

Apoio:
Albino Advogados Associados, Audio Performance, CENDOTEC,Cinemateca Brasileira, Colégio São Paulo, Escola de Comunicação e Artes - USP, Embaixada do México - São Paulo, SESC São Paulo, MSTC, Instituto Polis, Varig.

Edifício COPAN
Mezanino - Av. Ipiranga, 200 - Acesso via loja 54

Colégio São Paulo- Biblioteca Mário de Andrade
Rua da Consolação, 94

Cinemateca Brasileira
Lgo. Senador Raul Cardoso, 207

*****

Pablo Léon de la Barra
Pablo León de la Barra (México D. F., 1972) mora e trabalha em Londres. Léon de la Barra opera na intersecção entre arte e arquitetura. Seu trabalho questiona a apropriação, variação, tradução e migração de imagens da modernidade em diferentes contextos, assim como suas manifestações pública e privada, interior e exterior. Léon de la Barra participou de diversas exposições e projetos, dentre: Coartadas/Alibis Centro de arte contemporânea Witte de With, Roterdã (2002); Import/Export. ICA. London (nov 2002); De la Representacion a la Accion, Le Plateau, Paris (2002); PR02. Puerto Rico Biennal (oct 2002); ZMVM. with Fernando Romero. Museo Carrillo Gil, Mexico City. Fundacion Proa, Argentina. StoreFront, New York. Biennale de Venecia. Expo Hannover. (2000). Foi curador de Purple Lounge and Stars, Programa Art Center, Mexico City com Elein Fleiss e Olivier Zahm (2001).
Estética da resistência :
Apresentação de trabalhos desenvolvidos recentemente, incluindo uma pesquisa sobre ocupações informais na Cidade do México e Modern Mexican Style (MMS). Em MMS, Leon de la Barra questiona a imagem dominante da Cidade do México ao mesmo tempo em que oferece uma visão geral de sua malha urbana e arquitetônica e ressalta as contradições entre arquitetura interior e exterior que se pode observar na cidade.

Jean Claude Bernardet
Professor da Escola de Comunicações e Artes / USP (aposentado), Diplomado pela École des Hautes Études en Sciences Sociales (Paris), Doutor em Artes pela ECA/USP. Autor dos seguintes ensaios entre outros: Brasil em tempo de cinema; Cinema Brasileiro: propostas para uma história; Cinema: o Nacional e o Popular; O que é cinema; Cineastas e Imagens do Povo; Trajetória crítica; Terra em transe e Os herdeiros: Espaços e poderes; Cinema e História do Brasil; O Voo dos anjos: Bressane, Sganzerla; O Autor no cinema, Historiografia clássica do cinema brasileiro. Autor dos romances: Aquele rapaz; Os Histéricos; A doença, uma experiência. Autor dos seguintes roteiros: O caso dos Irmãos Naves; Brasilia Contradições de uma cidade nova; Um céu de estrelas; Através da janela. Realizador dos filmes: São Paulo sinfonia e cacofonia; Sobre anos 60.

Débora Bolsoni
Débora Bolsoni (Brasil, 1975) é artista plástica formada pela Universidade de São Paulo. Estudou na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, Rio de Janeiro e na St. Martins School of Arts, Londres. Desde 1996 participa de exposições por todo o país, além de inserir seu trabalho em espaços não institucionais. Expôs pelo projeto Rumos Visuais do Itaú Cultural em 1999/2000. Em 2002 foi pesquisadora do Museu da Imagem do Inconsciente do Instittuo Muncipal de Saúde Nise da Silveira e realizou para o projeto olho sp o trabalho "buffet de ficção" como coquetel de abertura da exposição Plano COPAN. A apropriação lúdica da inconclusão permanente dos subúrbios das grandes cidades é uma das facetas do seu trabalho.

Catherine David
Catherine David (França, 1954). Conservadora chefe dos Museus nacionais da França, ela trabalhou em diversas instituições, em particular no Museu nacional de arte moderna, Centre Georges Pompidou e na Galerie nationale du Jeu de Paume em Paris. Dirigiu a documenta X em Kassel (1997), e leciona na École du Louvre e na Université de Paris X-Nanterre. Desde janeiro de 2002 dirige o Centro de Arte Contemporânea Witte de With, em Roterdã. Através das exposições, dos programas de filmes e vídeos que organiza, e também das conferências, textos e seminários, ela atesta as direções e as mutações no espaço cultural contemporâneo.

Mauricio Dias e Walter Riedweg
Maurício Dias (Brasil) e Walter Riedweg (Suíça) trabalham juntos desde 1993 desenvolvendo trabalhos interativos no campo das artes plásticas e da performance, mais notadamente em videoinstalação. Sua obra, cuja metodologia varia do documentário à ficção livre, investiga como as psicologias privadas afetam a constituição do espaço público e vice-versa, tendo como principal característica o envolvimento direto do público no processo de execução. Este ano Dias & Riedweg, participaram da XXV Bienal de S.Paulo e do Arte Cidade Zona Leste, ambos em S.Paulo. Atualmente expõem dez videoinstalações em sua primeira grande exposição monográfica no Centro Cultural do Banco do Brasil, no Rio de Janeiro.

Maurizio Lazzarato
Maurizio Lazzarato (Itália, 1955) é sociólogo-filósofo, desenvolve pesquisa sobre invenção, inteligência e cooperação na economia (afetiva) contemporânea. Autor dentre outros de Puissances de l’Invention. La psychologie économique de Gabriel Tarde contre l’économie politique (Les Empêcheurs de Penser en rond, Paris 2002), Trabalho Imaterial (DP&A, Rio de Janeiro 2001), Immaterielle Arbeit und Subversion (ID Verlag, Berlim 1998) e Videophilosophie, zeitwahrnehmung im postfordismus (b-books, Berlim 2002).

Kazuo Nakano
Kazuo Nakano é arquiteto urbanista, graduado pela FAU - Universidade de São Paulo, pós-graduação em gestão urbana e ambiental pelo Institute for Housing and Urban Development - IHS de Rotterdam, Holanda, e mestre em Estruturas Ambientais e Urbanas pela FAU - USP com pesquisa sobre conjuntos habitacionais na periferia da cidade de São Paulo. É integrante da equipe que vem trabalhando na elaboração do Mapa da Exclusão/Inclusão Social e atua como técnico do Pólis – Instituto de Estudos, Formação e Assessoria em Políticas Sociais. Coordenou assessoria técnica para a elaboração do Plano Diretor do Município de Embu e vem prestando consultorias em várias cidades para a construção de indicadores sociais e para o desenvolvimento de análises socioterritoriais como subsídios para a formulação de políticas urbanas e estratégias de regulação urbanística.
Migrações Intra-Urbanas
Um dos traços de formação mais forte da metrópole de São Paulo, que permanece até hoje, é a desigualdade socioterritorial dentre os grupos de alta e baixa renda, marcando relações tensas e conflituosas. As porções centrais da metrópole no município de São Paulo estão passando por um significativo processo de despovoamento. Em contrapartida, as áreas periféricas distantes estão passando por um intenso crescimento horizontal e de adensamento construtivo e populacional. As variáveis explicativas desse fenômeno ainda não estão claras. Porém, a constatação desse processo tem motivado muitas discussões sobre o recrudescimento dos processos de segregação e exclusão socioterritorial provocados por essa distribuição desigual da população no território da metrópole. O objetivo dessa prospecção é dar a ver traços e trajetórias desdobradas pelos grupos sociais nos processos de apropriação das terras urbanas, nas áreas de expansão e retração populacional (em colaboração com o fotógrafo Marcelo Zocchio e Ligia Nobre).

Ligia Nobre
Ligia Nobre (Brasil, 1973) é formada em Arquitetura e Urbanismo (Universidade Mackenzie), e mestre em Teoria da Arquitetura Contemporânea pela Architectural Association School of Architecture (Londres). Co-dirige a Associação sem fins lucrativos EXO – Experimental org.

Maria Papadimitriou
Maria Papadimitriou (Atenas, 1957) estudou na escola de Belas Artes de Paris de 1981 a 1986. Atualmente, ela ensina no departamento de Arquitetura da Universidade de Thelassy, Grécia, vive e trabalha em Volos e Atenas. Recentemente, Papadimitriou participou da Manifesta 4 (Frankfurt 2002) com T.A.M.A / Sentimental, parte do projeto T.A.M.A iniciado em 1998. Parte do projeto foi apresentado na Bienal de Tirana, e outra versão mais extensa na 25a Bienal de São Paulo (2002). T.A.M.A. (Temporary Autonomous Museum for All) está situado em Avliza, na periferia oeste de Atenas, a 10 km do centro da capital e próximo à nova vila olímpica. Papadimitriou estabelece uma rede extensa interdisciplinar para desenvolver facilidades, serviços e estruturas ainda não acessíveis nesta área periférica, habitada por uma comunidade de ciganos Valáquio-Romenos/Gregos. O conceito de povoado provisório, uma espécie de cidade pós-urbana móvel que oferece abrigo e atividades econômicas aos seus habitantes, fez com que Papadimitriou estabelecesse um sistema de intercâmbio e de comunicação entre ela, os habitantes, artistas, arquitetos, sociólogos e uma audiência mais larga, inspirando colaborações e ações urbanas.

Peter Pal Pelbart
Peter Pál Pelbart é filósofo. Estudioso da obra de Gilles Deleuze, traduziu para o português Pourparlers, Critique et Clinique e parte de Mille Plateaux. Escreveu sobre a concepção de tempo em Deleuze (O tempo não-reconciliado, Perspectiva, 1998), sobre a relação entre filosofia e loucura (Da clausura do fora ao fora da clausura: Loucura e Desrazão, Brasiliense, 1989 e A Nau do tempo-rei, Imago, 1993) e sobre a relação entre política e subjetividade (A vertigem por um fio: Políticas da subjetividade contemporânea, Iluminuras, 2000). É professor no Departamento de Filosofia e no Núcleo de Estudos da Subjetividade do Pós-Graduação em Psicologia Clínica da PUC-SP. Coordena uma trupe de teatro com pacientes psiquiátricos na cidade de São Paulo (Cia. Teatral Ueinzz).

olho sp
O projeto olho sp reúne artistas plásticos para a discussão e proposição de intervenções em espaços específicos de São Paulo, investigando estratégias de inserção pública da arte contemporânea. olho sp surgiu no curso de artes plásticas da Universidade de São Paulo em 1998. Realizou, em 2001, a exposição Aparelho, no Museu da Saúde – antigo Desinfectório Central da Cidade, no bairro do Bom Retiro – operando dentro do acervo original do museu. Em 2002 apresentou o Plano Copan, no edifício Copan, centro da cidade, explorando em três ações os limites entre arte e realidade. Atualmente participam do projeto os artistas Ana Luiza Dias Batista, Claudinei Roberto, Eurico Lopes, Flávia Yue, João Paulo Leite, Laura Huzak Andreato e Rodrigo Matheus.
PLANO COPAN
Rede de ações.
a. Loja 48. Camada nuclear, funciona na galeria comercial do edifício Copan. Divide-se em papelaria, consultoria de imóveis, loja de jogos e loja de artigos médicos. Insere-se diretamente no espaço-contexto real ;
b. Exposição Documental. Primeira camada derivada, ocupa o espaço convencional de exposições do edifício. Contém documentos sobre o Copan, as galerias comerciais do centro novo e a Loja 48. Comporta-se como uma espécie de mediador entre a loja-fato artístico e o público, manipulando a objetividade das informações que apresenta ;
c. Balcão de Informações. Anel externo, duplamente derivado, localiza-se na entrada principal do edifício. Contém dados sobre variados temas, disponibilizados segundo regras próprias. Conhece a Loja 48 e a Exposição Documental e cabe-lhe administrar a circulação pelo Plano Copan. Sucumbe frequentemente às mais variadas demandas da realidade.

Alejandra Riera
Alejandra Riera (Buenos Aires, 1965). Artista radicada na França desde 1989. Depois de se formar em Arte e Sociologia em Buenos Aires, cursou a École de Hautes Études em Artes Plásticas, tendo como tema de pesquisa "Do abrigo à utopia e vice-versa"; e estudos curatórios da École du Magasin, Centro de Arte Contemporânea de Grenoble/França. Implicada nas questões transculturais envolvendo políticas de representação, ela segue, desde 1995, um trabalho artístico de natureza sociológica e semiológica tendo por título: Um problema não resolvido: Layla Zana – Hiam Abbass – a fotógrafa - ,,,,, <1995-... . Esse trabalho, ainda inacabado, parte de uma interrogação sobre o tratamento dado pela mídia a certos acontecimentos históricos ligados às questões fundamentais da liberdade e da democracia e suas representações, e tenta propor algumas outras formas. É também o começo de uma forma de escrita. Ela considera sua atividade como "trabalhos em curso", e participou de inúmeras apresentações fora dos espaços convencionais de exposição, assim como em meios artísticos e institucionais. Em maio de 2001, criou, juntamente com Doina Petresco, a Association (des pas), local de pesquisas e práticas cruzadas entre arte e arquitetura vistas como formas de indagação sobre os contextos sociopolíticos.

Suely Rolnik
Suely Rolnik é psicanalista, Professora Titular da PUC/SP, coordenadora do Núcleo de Estudos da Subjetividade do Pós-Graduação de Psicologia Clínica. Em Paris, graduou-se em Filosofia, Ciências Sociais e Psicologia e pós-graduou-se em Psicologia Clínica. Entre seus livros, destacam-se Resonant Body. Art, Politics and Subjectivity (Roomade/DAP, 2003) e Micropolítica. Cartografias do Desejo, escrito em parceria com F. Guattari (Vozes, 6a edição no Brasil e no prelo nos USA, por Semiotext/MIT). Entre suas traduções, Mil Platôs vol. 3 e 4, de G.Deleuze e F. Guattari (Ed.34). Tem trabalhado assiduamente nos Estados Unidos e na Europa com conferências (entre outras, na X Documenta, em Kassel, nas universidades NYU e Columbia em Nova York, no Theater der Welt em Colônia) e publicações em livros, revistas de arte (entre outras, Parkett, Trans, Traffic, Chimères) e catálogos de exposições (entre outros, no MOCA de Los Angeles, MACBA de Barcelona, Bienal Internacional de São Paulo, Drawing Center de Nova York).

Denise Bernuzzi de Sant'Anna
Denise Bernuzzi de Sant'Anna é doutora em História das Civilizações Ocidentais pela Universidade de Paris VII, professora e coordenadora do Programa de Pós-Graduação em História da PUC-SP e pesquisadora do CNPq; foi professora visitante da École des Hautes Études en Sciences Sociales (Paris). Publicou os livros: O prazer justificado (Marco Zero, 1994), Políticas do corpo (Estação Liberdade, 1995) e Corpos de passagem (Estação Liberdade, 2001).

Tony Chakar e Naji Assi
Naji Assi (Beirute, 1969) estudou arquitetura na Academia Libanesa de Belas Artes e obteve seu C.E.A. A. sobre o tema Cidades do Oriente-Próximo, da École d’Architecture de Paris-Belleville. Atualmente, ele é responsável pelo projeto de reabilitação dos prédios do centro de Beirute, no escritório de arquitetura Sebbag. Desde 1997, ele organiza um ciclo de conferências chamado Croquis-l’écriture des lieux (esboços-a escrita dos lugares), na Academia Libanesa de Belas-Artes (ALBA). Participa regularmente de seminários sobre pesquisa urbana (arquitetura vernacular, as escadas de Beirute) e trabalhou nos seguintes projetos: A transformação da fábrica de cal em Alita, o terminal marinho no Porto de Beirute, a instalação das cabines individuais ao longo da cornija de Beirute.
Tony Chakar (Beirute, 1968) é arquiteto, artista e escritor. Participou de inúmeras exposições e projetos, incluindo Once upon a time there was a mouth, Bienal de São Paulo, 2002; Convulsive fable, Universidad Internacional de Andalucia (UNIA), 2001; 4 Cotton underwear for Tony, Townhouse gallery of contemporary art, Cairo, 2001; All that is solid melts into air, Ashkal Alwan, Beirute, 2002; A retroactive monument for a chimerical city, Ashkal alwan, Beirute, 1999; Can I come in sir, we will wait for you outside, Ayloul Festival, 1998.Rouwaysset:
Um Vernacular Moderno
Um trabalho empreendido por Tony Chakar, Naji Assi e pelos estudantes da Academia Libanesa de Belas-Artes (ALBA) em Rouwaysset, uma cidade situada na periferia ao Norte de Beirute. Uma análise crítica da visão das cidades e de suas periferias mais pobres – principalmente a visão que essas periferias representam enquanto massa incompreensível de caos e irracionalidade. Esse processo conduziu ao reexame das várias maneiras habituais de transmitir essas idéias, através da linguagem e das imagens produzidas em massa, claro, mas também, e o que é mais importante, através do desenho arquitetônico da pós-Renascença, a conseqüência lógica da perspectiva, ou ilusão do espaço narrativo em três dimensões.

Sophia da Silva Telles
Sophia da Silva Telles é historiadora e crítica de arquitetura. Mestre e Doutoranda em Filosofia pela Universidade de São Paulo. Desenvolve atualmente tese de doutorado sobre questões da arquitetura brasileira, especialmente através dos arquitetos Oscar Niemeyer e Paulo Mendes da Rocha. Professora de história da arquitetura moderna e contemporânea na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo /PUC Campinas. Participou de <100>, documenta X (Kassel, 1997), Seminário Internacional de Urbanismo, UFRJ (Rio de Janeiro, 2001), e Seminário Internacional Um Século de Lúcio Costa, (Rio de Janeiro, 2002), dentre outras conferências e debates.

Denise Xavier
Denise Xavier é arquiteta urbanista, graduado pela PUC de Campinas, mestre em Teoria e História da Arquitetura pela Escola de Engenharia de São Carlos - USP, com pesquisa sobre a arquitetura da década de 50 em São Paulo, em especial sobre os edifícios Copan, Conjunto Nacional, Edifício Itália e o Edifício Sede do Jornal O Estado de S. Paulo. É integrante do GruAA, grupo de estudos que vem se dedicando a estudar assuntos relativos à metrópole e à arquitetura contemporânea. Participou da organização da exposição – Malhas, Escalas, Rastros e Dobras na Obra de Peter Eisenman. MASP/93. Apresentou junto com o GruAA a instalação numero(c)idade – uma reflexão sobre os dados estatísticos da cidade de São Paulo – na mostra Bienal 50/São Paulo, 2001; na IX Bienal Internacional de Buenos Aires (Buenos Aires 2001) e na Bienal de Salamanca (Salamanca 2002).
Arquitetura Metropolitana - Década de 50
Estudo sobre uma determinada produção arquitetônica que se deu no território da cidade de São Paulo na década de 50 – edifícios ícones, exemplares paradigmáticos do viver metropolitano. Marcos de um passado-futuro que ainda nos estimula a pensar a natureza do objeto urbano.

Christophe Wavelet
Christophe Wavelet é responsável atualmente pela Divisão de Pesquisa Internacional no Centre National de la Danse (Paris, França). Professor, ele lecionou no Departamento e Artes e Filosofia da Université Paris-8 por quatro anos. Crítico cultural e de arte, seus artigos e ensaios focam principalmente sobre as artes visuais e performing arts, publicados nas Revistas Mouvement e Vacarme (para a qual também trabalhou como editor e co-diretor), em Paris. Curador, organizou em 1988 Body Currency (Seminário artístico e teórico apresentado durante o programa de dança Wiener Festwochen, Viena) e, em 2001,o Programa de Dança e Performance da Bienal Internacional BIG TORINO (Michelangelo Pistoletto, diretor artístico).

Sunday, 3 November 2002

'EL AIRE ES AZUL/THE AIR IS BLUE' AT LUIS BARRAGAN'S HOUSE, CURATED BY HANS ULRICH OBRIST


Claudia Fernandez,´El espacio ideal´, 2002
Impromptu appearance of horses and lambs on November 2nd


Rirkrit Tiravanija, 'Restoration of Barragán's Cadillac', 2002-2003


Damian Ortega,'Torre', 2002, Latex and concrete, (45 x 30 x 253 cm)


Gilbert & George, Photograph of the artist on their visit to Barragán's House, 2002


Dan Graham, 'Two-way Mirror Hedge Labyrinth- Water Basin Version', 1989-2002, Model


Olafur Eliasson, 'The Barragán House Kaleidoscope', 2002, kaleidoscope, mixed media, (120 x 120 x 70 cm)


Mirrored Ball, House Interior


Gilbert & George, Photograph of the artist on their visit to Barragán's House, 2002


Dominique Gonzalez-Foerster, Exoplanet, 2002, Mirrored glass balls and balloons


Pablo Leon de la Barra and Dominique Gonzalez-Foerster



Breakfast Room, interior; Barragans' plates with the inscription 'Solitude'


Pablo Leon de la Barra, "Soledad", 2003, Graffiti on a street wall
read my text in the catalogue here.


El Aire es Azul - The Air is Blue
Hans Ulrich Obrist

When I visited Mexico City for the first time, Pedro Reyes told me a lot about the Casa Barragán, which inspired a first visit in the house of the same name. After a while, the idea of an imaginary exhibition began to take shape and in the course of the following year it crystallized in conversations with the Director of the Barragán house, Catalina Corcuera and LCM, a visionary urban laboratory who had already organized several very intense research projects in Mexico City. LCMs openness and inventiveness allowed us to define this exhibition as a Laboratory where the emphasis lies on the process of research and knowledge production.

Throughout the year 2002 the artists visited the Museum and made their research in situ. The Laboratory year at the Barragan House is about how experiments, ideas and concepts work between art and architecture, how bridges can be built where we go beyond the fear of pooling knowledge.

The two parts of the exhibition, which open in November 2002 and January 2003, aim at rendering public what happened during the one year of research. The wonderful and enthusiastic organization of this exhibition through LCM and the Barragán House has been a stimulating and rewarding experience, enriched by the vision of the artists themselves. I would like to thank all the artists and Fernando, Tatiana, Rita, Jose at LCM wholeheartedly for making all this possible.

There are many posthumous museums and memorials devoted exclusively to one artist or architect, or designed to preserve the namesake's original working conditions, or living conditions. Much rarer are the museums conceived by artists in their lifetimes as an environment and preserved as such, which - similar to the Sir John Soanes Museum in London - clearly is the case with the very consciously constructed house of Barragán.

The project which started to evolve in the Barragán House is the continuation of the exhibition which Cerith Wyn Evans and I had organized in 1999 /2000 at the Sir John Soanes Museum in London, which focused on the interstices of what happens between the "various narratives, various objects, and these extraordinary vistas that you come upon by accident, and then you catch a reflection of yourself." (1)

Since the Museum has the dimensions of a home, visitors do not have the same relationship to the works on display as they would in monumental museum architecture. The gulf between the museum and the world of living experience, criticized by Adorno, has been bridged.

An obsession with color and light are a read-thread of Barragáns universe, Barragán achieved his effects, not through ornamentation or ornamental reduction, but through space, color, and light. The Museum reveals various superimposed and merging states of color- light, constructed by Barragán. Visitors encounter direct, indirect, reflected, broken, dispersed, or refracted light, BARRAGAN: SPACE - COLOR - LIGHT: INVENTION (2). Color / light also plays an important role for artists in their dealings with the Museum.

The garden and pavilion form an inseparable unit of rare beauty, the artistic interventions will take place both inside and outside the house. Both garden and house are accessible and open to visitors who are invited to discover Barragán's private library, archives (personal documents and photographs), art collections; ongoing conservation of Barragán's work; and publications. The exhibition "The Air Is Blue" (title conceived by artist Douglas Gordon), invites the viewer to see contemporary artists' interventions, dealing with the water-fountain / garden, the colored walls, the sky, the sound of the building, the silence, the kitchen, the garage, the stairways / labyrinth, clothes and textiles, flowing space, seamless space, stage architecture - "monumental in quality, static in feeling" - as Emilio Ambasz defined it. The user introduces the tension / presence-absence issue, memory: "Art is memorys mise- en- scéne".

As Emilia Terragni shows in her text "Art within Architecture", Barragán's lifelong search for the integration of the arts and architecture led him to intense dialogues with visual artists and their work: Jose Clemente Orozco, Dr. Atl, Chucho Reyes, Mathias Goeritz, de Chirico, Josef and Anni Albers, and many others.

In "Origins of Modernism: Luis Barragán, the Formative Years" Marco de Michelis reveals the importance of several journeys for Barragán's life and work: in 1924/25 his first European Grand Tour and his longer stay in Paris in 1925 (the confrontation with the works of Le Corbusier, Mallet Stevens, Melnikov or Kiesler in the Exposition Internationale des Arts Decoratifs et Industriels Modernes and the discovery of the garden of the exhibition and the related writings of Ferdinand Bac). This trip was followed by important trips to New York in 1931 where Barragán met Orozco and Kiesler. The meeting with Kiesler is particularly interesting for the bridges between art and architecture, between art and life.

footnotes:
1. Cerith Wyn Evans
2. Lygia Pape


Text on Barragan by Dominique Gonzalez-Foerster:

Walking mentally through the house
A golden square floating above the stairs
Remembering the gray telephone ringing
Ringing several times no answer ringing again
Pink interior walls and green garden darkness
The futuristic reflection of each room into a mirror ball
A spheric and permanent sense of photography
A mirror ball like a mental swimming pool in a room
Diving into reflected space

Built spaces photographed spaces fluid spaces
Photo-spaces spatial image - mirrored space
Intense iconographic metabolism and deep emotional
traffic
Barragan and photography and images - and space

The terrace of the house is the spatialization of an image
A photographic iconographic relation to architecture
its a space-image a reproduced space
A recorded space
A transferred picture
An empty terrace or an empty picture
During the first visit to the house
a clear impossibility to take any pictures
of a space totally connected to pictorial emotions

A visit to El Pedregal Some places dont exist anymore
some parts of El Pedregal only exist through photography
now -
photographic feelings emotional spaces
images in Barragans house paintings, windows,
screens, color walls, mirror balls

terrace-image
surface-image
space-image


List of Works:
DOUGLAS GORDON
'El aire es azul / the air is blue', 2002
Exhibition Title

RIRKRIT TIRAVANIJA
'Restoration of Barragán's Cadillac', 2002-2003

GILBERT & GEORGE
Photograph of the artist on their visit to Barragán's House, 2002.

CLAUDIA FERNANDEZ
´El espacio ideal´, 2002
Impromptu appearance of horses and lambs on November the 2nd.

IÑAKI BONILLAS
´Untitled / sin título, 2002
Photograph

PEDRO REYES
'Salmos', 2002
Artist book, (25 x 19 cm) 120 p.Edition of 1000

CERITH WYN EVANS
'Jukebox Barragán´, 2002
A selection of records owned by Luis Barragán will be reproduced on the
house's original audio players.

PETER FISCHILI & DAVID WIESS
'12 Siedlungen, Aglomeration', 1992
16 color prints (21 x 29 cm)

LYGIA PAPE
'Tteia', 2002
Golden cotton thread installation.

RONI HORN
'Saying water' 2001
Sound installation.

KAZUO SEJIMA / RYUE NISHIZAWA - SANAA
´Mirror chairs´, 2002
Garden chairs.

DAN GRAHAM
'Two-way Mirror Hedge Labyrinth- Water Basin Version'
1989-2002
Model.

OLAFUR ELIASSON
'The Barragán House Kaleidoscope', 2002
kaleidoscope, mixed media
(120 x 120 x 70 cm)

KOO JEONG-A
'Barragán's Urinary', 2002
Stainless steel

ANRI SALA
'No Barragán, No cry', 2002
Photography

DOMINIQUE GONZALES FORESTER
Exoplanet, 2002
Mirrored glass balls and balloons.

DAMIAN ORTEGA
'Torre', 2002
Latex and concrete
(45 x 30 x 253 cm)

FRANCIS ALYS
Suite Barragan, 2003.
Stolen towels and amenities from the Camino Real Hotel suites,
smuggled into Luis Barragan's former bedroom.
In collaboration with Cuahutemoc Medina

PABLO LEON DE LA BARRA
"Soledad", 2003.
Graffiti on a street wall

CARLA FERNANDEZ
Bedding, 2003.
Handmade wool cover for Luis Barragan's bed
that becomes a dress to be used in the house.

YONA FIEDMAN
Drawings of la ville spatiale 1959-1960

LIAM GILLICK.
Untitled, 2003.
80 pages document of an internet search

ARMIN LINKE,
Bagdad panorama, 2002
Photograph

DORIT MARGREITER
Beads courtain / two or three things he knows about me, 2003.
Artist's book

PHILIPPE PARRENO / RIRKRIT TIRAVANIJA
Poster 120 x 90 cms.

HANI RASHID
Data transfer to mexico city, 2003.
dvd loop, flatscreen.

PEDRO REYES
'Prana', 2003.
Animation loop 2 min. LCD.
in collaboration with Jose Castro

MARKUS SCHINWALD
Diarios, 2003.
Slide projection and soundtrack.

Saturday, 2 November 2002

'FORGET BARRAGAN' A TEXT BY PABLO LEON DE LA BARRA FOR THE CATALOGUE OF 'EL AIRE ES AZUL' A EXHIBITION CURATED BY HUO AT CASA BARRAGAN


Pablo Leon de la Barra, "Soledad", 2003, Graffiti on a street wall


FORGET BARRAGAN.
by Pablo León de la Barra

I first visited Barragan's house sometime in the autumn of 1994, just after the legal fight for his inheritance had finished, but before the house was opened to the public. It was late in the afternoon, before sunset and there was not much light. The house was gray, the plaster on the walls was falling and everything smelled like old dust, the smell of being locked for a long time time, the smell of dead. It was like entering into the past, to a place where time had stopped. The coloured walls looked flat, not at all like the coloured photographs of Armando Salas Portugal. I must confess I was not very impressed by the house.

I was 22 at the time, finishing my studies of architecture and starting to develop an obsession with Barragan's architecture. During the past summer Fernando Romero and myself had been working at the Atelier of Andres Casillas, maybe the only true disciple of Barragan who had collaborated with him in the design of the Egerstrom House. In December 1993, we had visited some works of Casillas, especially one, an old club house in Valle de Bravo which I had visited frequently as a child and which constantly appeared in my dreams. We contacted Casillas, who invited us for a drink in his house, and who later invited us to collaborate with him. Working with Casillas, we learned the secrets of a discipline that were transmitted to us in an almost secret way. Around the time we also visited many of the works of Barragan, most of which were then closed to the public: Gilardi, Prieto, Egerstom, Galvez, Meyer, Capuchinas, El Pedregal, Arboledas, Satelite, etc. Together with another friend, Omar Fernandez, Fernando celebrated one of his birthdays doing a party inside one of the Torres de Satelite which were normally locked. On another occasion I also invited a group of friends to a small installation I did inside the yellow tower, where slideshow images were projected towards a mirror and then towards the walls of the tower; in order to produce electricity for the projector to work, I had borrowed a gasoline power plant from a friend! Some mornings I would wake up really early, drive towards Las Torres, and walk around them and inside them waiting for the sun to rise, the framing of the sky by the interior of the towers would produce similar effects as those experienced in a James Turell installation. Our interest also expanded into studying and visiting the works of Mathias Goeritz, especially El Eco, and Chucho Reyes' house. Through my friend Alvaro Moragrega in Guadalajara I also visited most of Barragan's early work in Guadalagara and his library which had been relocated there. In Guadalajara I got in contact with an inherited and continued tradition of architecture which favoured poetics, serenity and space over architectonic fashion and high tech.

At that time there wasn't much interest in Barragan's work in Mexico, his architecture was considered by some as out of fashion, for others, it had been linked to discourses on national identity. His work was much more respected outside of the country. As most of his work was inaccessible, people had access to his work through the images that appeared in books, which were copied by architects and which had created the so-called "Barragan Style". Much of this copying had to do with integrating colour to the building, and not with understanding the spatial complexity of his work. For Fernando and myself, as well as for other of our friends and contemporaries (Pedro Reyes and Jorge Covarrubias among others), the work of Barragan offered an alternative to the architecture education we had received up to the moment, a school based in importing and adapting models seen in foreign architecture books magazines in order to incorporate the country to super-modern globalisation. I must also say that we were not interested in following Barragan's footsteps, but much more in learning from his work, understanding his process, and how he had created such a unique architecture.

In the summer of 1995 I did my social service at Barragan's House (students in Mexico, when they finish their bachelor studies, are required to donate six months of voluntary service to a non profit institution), assisting the newly appointed first director of the House-Museum, Norma Soto. Through a series of donations the house was being refurbished and recovered its old spirit. There, I trained young architecture students in giving guided tours to visitors to the house. Most of the visitors were mostly foreigners or other young architecture students. It's funny how still today the guides repeat many of the stories I used to tell about the house and how these stories are still transmitted, repeated and transformed by the new volunteers. But mostly what I did, was spend time in the house. I arrived early in the morning and left late at night. I measured it all, trying to understand Barragan's spatial proportions. I experienced it under the most diverse and fascinating light conditions. I made phenomenological experiments trying to understand the different perceptual conditions that happened in the house. I followed shadows and reflections. I walked around without shoes. I walked with my eyes closed smelling or touching the different materials. I had lunch in the kitchen with Paulita and Ana Maria, his old cook and housekeeper. I would spend time in the garden under the sunlight with his old gardener. I would visit his workshop and garden across the street, and was one of the first to have access to his previous house and gardens next door. I got drunk with tequila in the dinning room. I turned lights on and off. I opened and closed doors. I slept in the different rooms. I opened his wardrobe. I ate the red flowers from the Colorin tree in the garden that he loved to have cooked for lunch. I swam on the fountain, walked naked on the roof terrace and kissed lovers there while seeing airplanes pass overhead.

It was at that time that I started doing art installations, many of which were informed by the knowledge I had acquired at Barragan's house. I felt a strong connection with Luis Barragan, a man whom I had never met (he died on November 22, 1988) but who was having such a strong influence on my life. I was even making connections between his birth date (March 9, 1902) and my birthday (March 19, 1972).

After his house was opened to the public new interest developed in Barragan's work. During March and April 1996 two major exhibitions were presented at el Palacio de San Ildefonso in Mexico City which revealed new understandings of his work: "Obra Completa" (which organized chronologically most of his work, from his early Guadalajara period to his early modern buildings in Mexico City to the final consolidation of his architectonic language), and "Sitio + Superficie" curated by Carlos Ashida and which made analogies and cross lectures between his work and the work of minimalist artists working in the 70's: Andre, Judd, Flavin, Serra, Irwing but also with artists such as Albers, Long and Gonzalez Torres. A series of publications with more images of his work followed. Those years, I used to meet weekly at a cantina with Victor Alcerreca and Alejandro Hernandez among other friends in a kind of secret society with our self appointed teacher Humberto Ricalde to discuss the need of writing a document which liberated Barragan from the two dimensional myth and which with a critical and generational distance could re-read his professional and personal complexity. In a similar way the acquisition of the Barragan archives by the Vitra Foundation in Switzerland, together with the later exhibition and publication by Federica Zanco and Emilia Terragni "The Quiet Revolution" contributed extensively towards liberating Barragan from a single, one dimensional reading to a much more complex understanding of the man and his work.

In September 1997 I left Mexico to go to study to London. The day before flying, I went very early in the morning with Jeronimo Hagerman for the last time to Barragan's house. The shadows in the roof were extremely long, within some minutes as the sun rose, the shadows started moving quickly until almost disappearing. The space filled with light. There were no clouds on sight, just one or two airplanes passing above, signs of a departure. We took some polaroids of ourselves in the house and hid them under one of Barragan's heavy cabinets. Maybe they are still there.

Since then I have been practicing an exercise called "Forget Barragan". When I'm in Mexico City, I try not to visit his works or his house. I have noticed how most of my friends who have worked around or about his work have developed this crazy obsession on him, sometimes they think they are him, or act as the widow he never had. I constantly try to forget Barragan, still he constantly reappears, existing inside my subconscious and appearing inside my dreams.

A previous version of this text appears in the catalogue of the exhibition 'El Aire es Azul', curated by Hans Ulrich Obrist at Casa Barragan.