Tuesday, 25 November 2008

LOS SUPERELEGANTES ARE IVO MESQUITA AND GISELE BUNDCHEN AT THE SAO PAULO BIENAL!













Los Super Elegantes in conversation with Luisa Duarte regarding their participation at the Sao Paulo Bienal

Luisa Duarte: What will you be presenting to the audience at the 28th Bienal de São Paulo?

Martiniano: It will have elements of theater, musicals and film. The main characters are Ivo Mesquita, Gisele Bündchen and the flip- flop manufacturing company Havaianas. We decided on the plot of the play after reading about the controversy behind the curatorial approach for this year’s Bienal and after reading a comment at frieze.com about the fiscal problems the Fundação Bienal de São Paulo is going through. I took bits and pieces of information from various interviews with Ivo and articles written about the curatorial approach and believed that, despite of what real link existed between the financial situation and the absence of physical artworks, two main ideas became really appealing to me: one was the allegation of a major financial crisis and an artist’s suggestion that a major audit be done on the Fundação Bienal de São Paulo. The other idea, which is what we based the plot of our performance on, was that precisely because of this financial crisis the Bienal was forced to draft a manifesto that would act as a justification for “the void” and clear all suspicions of bankruptcy. We used these two facts as the basis for creating our work. The project is still in progress.

Luisa Duarte: The description of the work planned for the 28th Bienal involves at the same time critical content and humor, irreverence of an entertainment nature. In your work, is there this concern about joining these spheres – a live, eloquent, pop communication – without losing sight of a critical, I would say, almost ironic voltage?

Milena: Our idea for the Bienal is to use the situation the institution finds itself in as a landscape for a theme in our play. It is concept specific. We are planning on performing it in Portuguese, which we will have to learn before the end of November; this will be a way to really integrate and become our characters, which are Brazilian. Method acting. Although people tend to jump to irony as a constant in our work we feel that we are simply translating a moment connecting to the things that surround us, there is always a possibility that through our misinterpretations or translated imitations we end up in some sort of comedy, but this is a comment about how we (in general, people) receive information, and finally create strict judgments and defined beliefs, even sometimes inventing realities that are reflective only of ourselves instead of the critical situation we intend to comment on. We are open to all possibilities.

Martiniano: We’ve never been interested in irony as an artistic trope. But we can certainly appreciate the absurdity and humor that often exist as the result of very serious endeavors. I grew up watching sexy comedy skits on Argentinean TV. They were at the same time crass, political and irreverent. The comedians often used the tension created by the disruption that happens when the actor forgets his / her lines, tries to patch up an unintended mishap or is essentially too drunk to act. I like to think of our performances as a whole made out of layers like gestures, moments, a dance step and usually some sort of script: not as pure critique, but more like painting. In terms of criticality, which is an element of our performance, the color of a panel hanging over the stage is no less important than any other aspect of the work.

http://lossuperelegantes.com/
http://www.28bienalsaopaulo.org.br/

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Bienal recebe deboche do Los Super Elegantes
by SILAS MARTÍ
at Folha de S.Paulo

Ela devora uma goiaba, anda pelo quarto e elogia a nova sunga do amigo Martiniano Lopez-Crozet, parceiro dela na dupla Los Super Elegantes. Milena Muzquiz, antes de receber a reportagem num hotel em São Paulo, confessou que escrevera um lembrete para o compromisso no espelho do banheiro, porque a gravidez de quatro meses prejudica sua memória.

E não, eles não são um casal, nem é dele o filho. Lopez-Crozet é gay assumido; lembra até que um missionário loiro e esbelto o fez perder o sono no vôo de Los Angeles para cá.

Sem romance, e juntos há 13 anos na dupla que faz performances hoje e quinta na Bienal de São Paulo, formam um duo debochado e explosivo, emblemas do que se convencionou chamar estética terceiro-mundista na arte contemporânea.

Ela é mexicana --garota de Tijuana acostumada a cruzar a fronteira ao norte rumo a San Diego três vezes por semana--, ele, argentino. Agora radicados nos Estados Unidos, fazem um esforço colorido para misturar Primeiro e Terceiro mundos. E vão além.

Misturam também artes plásticas e música.

Foi como banda de pop latino que surgiu Los Super Elegantes, abrindo para o American Music Club, de Mark Eitzel, em San Francisco. "Ele era meu ídolo e, para chegar perto dele, disse que tinha uma banda. Antes de subir ao palco, inventamos esse nome, Los Super Elegantes", conta Lopez-Crozet.

Da mesma forma dispersa que vão elencando assuntos na conversa, de Sartre e Fassbinder a lojas da grife H&M, construíram o roteiro até agora mantido sob segredo para a peça teatral que mostram nesta Bienal. É uma paródia que desfila, de salto alto, do existencialismo às mazelas do mundo fashion e das artes plásticas. Na trama, Lopez-Crozet é Ivo Mesquita, o curador desta edição da Bienal. Muzquiz encarna Gisele Bündchen. São amigos "fartos da realidade", que buscam se isolar no próprio vazio existencial. "Estamos usando o conceito de vazio desta Bienal para fazer um site-specific, uma escultura de idéias", descreve Muzquiz.

Como não ficaram prontas as Havaianas gigantescas que pensaram como cenário, o encontro de Ivo e Gisele acontece num restaurante com paredes de acrílico coloridas. Tudo vai bem, até que ela tropeça e despenca do alto de seus saltos, e os dois acabam morrendo, ou algo parecido. Mas isso não importa, porque aí vem um número musical funk com danças exóticas e tribais. "A narrativa não é o mais importante."

"A gente ama o absurdo das situações", diz Lopez-Crozet. "É como se uma criança fizesse uma colagem sobre o Brasil, com coisas como Havaianas, Gisele", emenda Muzquiz.

Eles confessam que não tinham idéia do que fazer até junho, quando foram confirmados para a mostra. "Aí comecei a ler as notícias sobre o vazio, o caos da Bienal, e tudo me pareceu genial", diz Lopez-Crozet. "Sempre acabamos metidos nas situações mais insólitas."

Tanto que, adiantam, são fictícias as versões performáticas de Ivo e Gisele. "Não pesquisamos a biografia deles, podia ser qualquer um, até Elizabeth Taylor no lugar da Gisele", afirma Muzquiz. É uma ressalva, no entanto, dispensável: sua versão de Bündchen, longe das origens gaúchas, vem da Amazônia e tinha algum tipo de relação com ex-escravos. Nenhum dos dois quis revelar como termina a história de Ivo e Gisele, mas Muzquiz dá uma pista, lembrando "Um Convidado Bem Trapalhão", comédia de Blake Edwards: "De repente, sem saber como terminar o filme, ele faz um elefante roxo entrar na sala, as paredes despencam, é o caos".

http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u471299.shtml

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